Falar sobre EDUCAÇÃO
Quinta-feira à noite assisti ao Fórum Portugal de Verdade, uma iniciativa do PSD que acontece ao longo deste ano, entre Fevereiro e Maio, em várias capitais de distrito em torno das preocupações do partido para o país. O tema do Fórum em Aveiro foi a Educação e o páinel de convidados conseguiu convencer-me ao serão no centro cultural de congressos.
Regressei a casa satisfeita e de alguma forma mais descansada, a politiquice passou completamente ao lado do fórum. Entre uma plateia cheia, 600 na sala e cerca de 1400 através do site do partido, e uma mesa de convidados que mais do que ilustres são agentes conhecedores do assunto: Nuno Crato, professor de matemática e estatística no ISEG; Natividade Correia, professora do ensino secundário em Coimbra e José Manuel Canavarro, professor na faculdade de psicologia e ciências da educação de Coimbra.
Ideias...
Do que existe:
1) FACILISTIMO NO ENSINO
2) DESCRÉDITO DAS ESCOLAS E DOS PROFESSORES
3) DESRESPONSABILIZAÇÃO DOS PAIS NO PERCURSO ESCOLAR DOS FILHOS
4) FALTA DE AVALIAÇÃO ISENTA A ALUNOS, PROFESSORES E ESCOLAS
5) A EDUCAÇÃO COMO ARMA DE ARREMESSO POLÍTICO
6) CURRÍCULOS DEMASIADO EXTENSOS
Do que é necessário fazer
(síntese das opiniões das três intervenções feitas pelos oradores do fórum)
1) MAIS FAMÍLIA - envolver as famílias nas escolas criando condições para estas estarem próximas dos filhos; levar os pais à escola associando a politica de família à educação; as famílias valorizam muito pouco a escola/ espécie de purgatório/local de passagem, temos de inverter este pensamento;
2) MAIOR EXIGÊNCIA - é preciso ser mais exigente com os alunos, estudar não é de modo algum brincar; exige esforço; tirar prazer do estudo diferente de brincar; os jovens têm de aprender melhor, saber mais, conhecer mais e saber falar/expor o que aprendem; devemos apostar nos saberes básicos: português, matemática, história, inglês; quais são os saberes que devemos considerar importantes? Os alunos não tem tempo para reflectir para trabalhar e sedimentar tantas disciplinas conhecimentos";
3) AVALIAÇÕES RIGOROSAS - temos de ter conhecimento dos alunos; em Portugal os sistemas educativos conhecem muito mal os alunos; A avaliação da educação deve ser desenvolvida fora do Ministério da Educação, de forma independente, "É necessário retirar a avaliação do ME, ninguém pode ser avaliado por organismos que tutela…", o Ministério da educação deve traçar metas e avaliar os resultados; É mais importante a forma que o conteúdo, "sempre se deram mais indicações pedagógicas que traçaram programas de conteúdos. Devem ser traçados objectivos para cada fase de ensino e não dar “indicações” de como se deve ensinar";
4) SÓ COM BONS CIDADÃOS SE CONSEGUE UMA MELHOR ESCOLA, a escola deve ser um local de transmissão de atitudes e comportamentos que reforcem o empreendedorismo, a autonomia, os trabalhos de grupo, vertentes que não estão a ser cuidadas; porque não reorganizar o ensino sem sobrecarregar os alunos com mais horas de aulas?; O respeito dos alunos conquista-se por palavras, exemplos, posturas e conhecimentos (actualização cinetífica); os professores só podem exigir quando dão exemplo; é preciso valorizar os professores, "de repente os professores foram culpados de todos os males do ensino";
5) E uma última nota que reunir bastante consenso.... DURAÇÃO DAS AULAS - "alterar a duração das aulas, a extensão das aulas para 90m só pode ter sido ideia quem nunca teve alunos dentro de uma sala de aula…60m aulas de duração ideal".
5) E uma última nota que reunir bastante consenso.... DURAÇÃO DAS AULAS - "alterar a duração das aulas, a extensão das aulas para 90m só pode ter sido ideia quem nunca teve alunos dentro de uma sala de aula…60m aulas de duração ideal".
No final Marcelo Rebelo de Sousa deixou algumas questões que podem ser excelentes pistas de reflexão pessoal, e porque não abrir caminhos para novos foruns de iniciativa mais local, concelhia ou juvenil:
1) Qual o papel dos alunos no ensino (sobretudo a partir do 3º ciclo)
2) Como mobilizar os professores (transformados em bodes expiatórios dos males do ensino...)
3) Como mobilizar as famílias (estratégias que vão desde a legislação laboral, área social até questões jurídicas)
4) O que fazer para reformar o ME
5) Definir o papel das autarquias na educação (com as crescentes competências que tem assumido)
6) o que fazer para mobilizar a sociedade portuguesa para colocar a educação como prioridade nacional?
Porque cada de um de nós pode ser um agente de mudança não podemos ficar indiferentes a questões como a educação. Num ano de eleições, onde tudo de discute e ideias se vendem avulsas aqui e ali, e onde tantos jovens são chamados a exercer um dos seus mais importantes direitos, preocupa-me muito saber que a atitude perante a democracia se resume ao que mais ouvimos entre os jovens e que está provado num estudo recente: "a politica não me interessa nada, é tudo uma treta". Acontece que a educação é uma matéria da maior importância, dela dependem os cidadãos do futuro, se é por via política que se definem a linhas de orientação estratégica para o sistema de educação nacional então usemos o poder que temos através do voto. De forma informada, esclarecida e ponderada.
Um dia conversaremos sobre as "novas oportunidades"... não posso em público.
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