Falar sobre EDUCAÇÃO
Regressei a casa satisfeita e de alguma forma mais descansada, a politiquice passou completamente ao lado do fórum. Entre uma plateia cheia, 600 na sala e cerca de 1400 através do site do partido, e uma mesa de convidados que mais do que ilustres são agentes conhecedores do assunto: Nuno Crato, professor de matemática e estatística no ISEG; Natividade Correia, professora do ensino secundário em Coimbra e José Manuel Canavarro, professor na faculdade de psicologia e ciências da educação de Coimbra.
Ideias...
Do que existe:
1) FACILISTIMO NO ENSINO
2) DESCRÉDITO DAS ESCOLAS E DOS PROFESSORES
3) DESRESPONSABILIZAÇÃO DOS PAIS NO PERCURSO ESCOLAR DOS FILHOS
4) FALTA DE AVALIAÇÃO ISENTA A ALUNOS, PROFESSORES E ESCOLAS
5) A EDUCAÇÃO COMO ARMA DE ARREMESSO POLÍTICO
6) CURRÍCULOS DEMASIADO EXTENSOS
Do que é necessário fazer
(síntese das opiniões das três intervenções feitas pelos oradores do fórum)
1) MAIS FAMÍLIA - envolver as famílias nas escolas criando condições para estas estarem próximas dos filhos; levar os pais à escola associando a politica de família à educação; as famílias valorizam muito pouco a escola/ espécie de purgatório/local de passagem, temos de inverter este pensamento;
2) MAIOR EXIGÊNCIA - é preciso ser mais exigente com os alunos, estudar não é de modo algum brincar; exige esforço; tirar prazer do estudo diferente de brincar; os jovens têm de aprender melhor, saber mais, conhecer mais e saber falar/expor o que aprendem; devemos apostar nos saberes básicos: português, matemática, história, inglês; quais são os saberes que devemos considerar importantes? Os alunos não tem tempo para reflectir para trabalhar e sedimentar tantas disciplinas conhecimentos";
3) AVALIAÇÕES RIGOROSAS - temos de ter conhecimento dos alunos; em Portugal os sistemas educativos conhecem muito mal os alunos; A avaliação da educação deve ser desenvolvida fora do Ministério da Educação, de forma independente, "É necessário retirar a avaliação do ME, ninguém pode ser avaliado por organismos que tutela…", o Ministério da educação deve traçar metas e avaliar os resultados; É mais importante a forma que o conteúdo, "sempre se deram mais indicações pedagógicas que traçaram programas de conteúdos. Devem ser traçados objectivos para cada fase de ensino e não dar “indicações” de como se deve ensinar";
4) SÓ COM BONS CIDADÃOS SE CONSEGUE UMA MELHOR ESCOLA, a escola deve ser um local de transmissão de atitudes e comportamentos que reforcem o empreendedorismo, a autonomia, os trabalhos de grupo, vertentes que não estão a ser cuidadas; porque não reorganizar o ensino sem sobrecarregar os alunos com mais horas de aulas?; O respeito dos alunos conquista-se por palavras, exemplos, posturas e conhecimentos (actualização cinetífica); os professores só podem exigir quando dão exemplo; é preciso valorizar os professores, "de repente os professores foram culpados de todos os males do ensino";
5) E uma última nota que reunir bastante consenso.... DURAÇÃO DAS AULAS - "alterar a duração das aulas, a extensão das aulas para 90m só pode ter sido ideia quem nunca teve alunos dentro de uma sala de aula…60m aulas de duração ideal".
5) E uma última nota que reunir bastante consenso.... DURAÇÃO DAS AULAS - "alterar a duração das aulas, a extensão das aulas para 90m só pode ter sido ideia quem nunca teve alunos dentro de uma sala de aula…60m aulas de duração ideal".
1) Qual o papel dos alunos no ensino (sobretudo a partir do 3º ciclo)
2) Como mobilizar os professores (transformados em bodes expiatórios dos males do ensino...)
3) Como mobilizar as famílias (estratégias que vão desde a legislação laboral, área social até questões jurídicas)
4) O que fazer para reformar o ME
5) Definir o papel das autarquias na educação (com as crescentes competências que tem assumido)
6) o que fazer para mobilizar a sociedade portuguesa para colocar a educação como prioridade nacional?
Porque cada de um de nós pode ser um agente de mudança não podemos ficar indiferentes a questões como a educação. Num ano de eleições, onde tudo de discute e ideias se vendem avulsas aqui e ali, e onde tantos jovens são chamados a exercer um dos seus mais importantes direitos, preocupa-me muito saber que a atitude perante a democracia se resume ao que mais ouvimos entre os jovens e que está provado num estudo recente: "a politica não me interessa nada, é tudo uma treta". Acontece que a educação é uma matéria da maior importância, dela dependem os cidadãos do futuro, se é por via política que se definem a linhas de orientação estratégica para o sistema de educação nacional então usemos o poder que temos através do voto. De forma informada, esclarecida e ponderada.
Um dia conversaremos sobre as "novas oportunidades"... não posso em público.
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