REWIND...

Estava acordada à dezassete horas, estoirada como se tivesse andado em esforço físico o dia todo, ouvi as onze badaladas e não me lembro de mais nada, cai em sono profundo.
Rewind...
O dia começou de noite ainda, com quase 400km para percorrer. De Aveiro a Moura, atravessando as beiras, Lisboa e Vale do Tejo até meio do Alentejo, rente ao Alqueva. Com o calor a subir enquanto descíamos ao sul o dia soube a verão, cheirou a férias apesar de bastante cansativo.

Uma das vantagens deste dia fora do comum, apesar do esforço que exigiu e do transtorno que causa numa agenda sobrecarregada de trabalho, é a rasteira à rotina. Regressar à Palhaça às 18h30e poder ir buscar o Salvador, é um prazer raro nos tempos que correm na minha vida. Conversar com as educadoras e poeder abraçar os amigos dele na roda de conversa rapidamente afastou a preguiça que 5 horas de viagem conseguem espalhar no corpo.

Fomos à praça. O pai juntou-se a nós no caminho e juntos abrimos oficialmente a época dos gelados. Delícia de fim de tarde que prolongámos em casa, no jardim, aproveitando a frescura das sombras e a cantoria dos pássaros. Momentos tranquilos, verdadeiro oásis num mês de Abril preenchido.

A oportunidade de vestir um filho enquanto nos despedimos do sol, acompando um deslizar colorido no dia seguinte, é uma inspiração à história.
No ritual do pós-banho, creme, pijama e pantufas. O sol ía desaparecendo no horizonte e nós brincávamos com as cores com as sombras.
Enquanto ele pulava e ria, eu sorria e registava mentalmente a felicidade de um final de tarde em família.
A azáfama das vidas que levamos assusta-me, de que maneira. Não me preocupam as ausências pontuais ou a escassez de tempo frequente, inquieta-me sobretudo a qualidade que consigo conferir aos gestos, às palavras dos momento que passamos juntos. Com tanto cansaço acumulado tem minutos em que a minha cabeça parece uma panela a fazer pipocas.

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