ABOUT A WEEK....WHAT ABOUT?

Se a minha cabeça se abrisse ao meio não haveriam certamente dois neurónios inteiros, alinhados. Se ainda me restava alguma sanidade mental, alguma réstia de inteligência, esta semana ambas emigraram e de vez. Finalmente terminou, ponto final. Sábado 0:09. Finally.
Desespero....restam-me menos de 48 horas. Tempo mais do que insuficiente para restaurar descanso, cabeça e sono. Canso-me só de pensar que não vou ter tempo sequer de espantar este pensamento. Descansar. Apetece-me esquecer que há tempo, que segunda recomeça tudo de novo, que na próxima semana começa a última semana de um mês onde ainda me faltam fazer tantas coisas, urgentes, intermitentes, para ontem, para antes de ontem. Apetece-me evaporar-me no ar e ficar a planar e ver tudo acontecer, sem mim, aqui, nos lugares que ocupo, nas funções que exerço, nos percursos que faço. Apetecia-me por uma semana ver a "a vida da catarina" para cair em mim. Zombie.

Foi uma semana de loucos e nem preciso de repetir isto muito alto para estar convencida, foi mesmo, de loucos, de ficar louca. Uma semana que começou com um mega evento que acabou numa eventozinho que me dispersou em contactos e mais contactos para aparecer em três jornais, regionais! Os jornalistas querem secretários de estado, para serem pés de microfone, e nós ficámos com pessoas comuns, imagine-se, gente que a meio da vida consegue nada mais nada menos que obter o nível básico de escolaridade através das Novas Oportunidades. Eu dormi satisfeita, cumpri o meu papel e ainda gozei a satisfação de partilhar com aquelas pessoas a felicidade de um estímulo renovado. Uma nova etapa nas suas vidas.

Reconfortada entrei na terça. Atarefada levei com trabalho e mais trabalho. E aí vem nova comunicação, ultrapassámos os 100 MW de capacidade instalada. Confesso que toda a terminologia ainda me retém mais tempo do que o necessário em cada parágrafo, custa-me ser simples e óbvia quando tudo me parece complexo e explicar à maioria das pessoas. Ok Catarima, não estás a escrever para as pessoas, estás a escrever para quem percebe destas coisas, para publicações económicas. No dia seguinte percebo que afinal estou a escrever sim, para publicações diárias, económicas que quando não fazem control c do press release fazem asneiras, e colocam 3 continentes quando afinal são dois, destacam informação que não é a actual e nada relevante e nem o nome da localidade da empresa conseguem copiar em condições. Poupem-me! Pior pior, receber telefonemas de publicações com convites muito bem intencionados de entrevistas ao presidente do grupo e nem sequer sabem o nome do senhor? nem sequer as áreas de negócio da empresa, onde estamos, desde quando. Mas não querem fazer uma entrevista pelo que somos? então devem saber primeiro quem somos e o que fazemos! Please, eu também já estive do lado dos gravadores, do microfone, do entrevistados, e ainda hoje tenho o velho hábito de antes de falar com quem quer que seja para entrevistas ou conversar pelo menos responder às perguntas óbvias: who, where, when and how. Tenho apanhado cada um do outro lado da linha ou do email que sinceramente...emprobrecem a profissão! Chama-se curiosidade, no mínimo! Imaginem o que era eu ligar para o Vaticano para entrevistar o papa e não saber o nome dele ou onde fica sedeado o Vaticano ou de que trata e desde quando o Vaticano. Adiante.

...e ainda só ía na terça-feira, dia em que tive 4 homens em casa a jantar. Um padre, um filho, um marido e um pai de família acabadinha de dar o nó! Nessa noite tive de ir a voar buscar pão à padaria, improvisar uma sobremesa deliciosa com bolo de chocolate de Santa Maria da Feira e abacaxi, dei duche a um menino irrequieto com visitas e tive de lhe contar 3 histórias. Quando finalmente a casa sossega, e eu penso que o menino vai dormir com o pai que se junta a nós...azarito....e se fizessemos o teatro do pantera. Pois, o teatro da pantera durou e durou e eu quase adormecia, e adormeci.

A semana já ía a meio e o pior dia estava a chegar, quarta triplicou de horas. Passava das três da manhã quando finalmente adormeci na quarta, perdão, quinta para ser precisa. Depois de uma reunião da pastoral juvenil acontece-me uma de duas coisas, ou chego a casa de rastos e nem tenho tempo de tirar as lentes que já estou a derreter de sono ou fico tão eurófica, eléctrica e afins que rrebolo na cama e sono cadê? Pois, esta quarta foi o caso, trouxe mil coisas na cabeça depois de uma reunião boa, onde mais uma vez no dia 20 de Maio cantámos parabéns à nossa Irmã Maria Armanda. O resto da reunião deu para quase tudo, festival jota, delfins (imaginem, delfins...???), histórias da marinha e de pintar à pistola. Gente doida portanto! Muito doida. Gente que não tem mais nada que fazer a não ser ter ideias e achar que pode esfregar lâmpadas que as coisas acontecem...

Já estou quase a terminar. Precisava era de me ter deitado mais cedo. Acordo com um pesadelo de cabeça pesada e nada na memória. Quinta-feira. Um bom dia para coemçar tudo de novo. Sem tempo, sem cabeça, sem capacidade sequer para enfiar uma linha num burcado de uma agulha, sem paciência, sem lentes. Fartinha de tanta semana chego a casa, interrompo uns desenhos animados e levo um chega para lá do Salvador. Ora porra, uma mãe vem a abrir do emprego, onde passou as últimas 10 horas do dia e leva com um chega para lá que prefiro o meu avô e os meus desenhos animados. Desânimo que me passa rápido. Convenço-o com as cerejas. Suja-se todo, pinga as jardineiras novas, pinga as cuecas a fazer xixi no jardim, enche-me a camisa de ovo. Boa, era mesmo isto que me estava a apetecer, ovo na camisa limpa e xixi na oliveira de canteiro! A sorte é que segundo os avós, o menino está sem dormir desde as 6h00 da manhã, o precípicio do sono devia estar para breve. Pois estava, nos 500m que nos separavam do seu quarto na curva cai redondo no ombro com ovo e sleep. Nice dreams. Nem trocar de roupa, nem a frescura da toalhita, foi todo ele aterrado em sono de um dia onde nem sequer falotu a procissão. Sorte dos feriados municipais e dos avós disponíveis.


Sexta-feira à porta e nem uma peça de roupa na gaveta para vestir. Uma semana sem paciência para por roupa a lavar, sem tempo para estender, sem empregada e com a dispensa a cheirar a gato pela fechadura. Pus a família Obama na garagem e já fui confirmar, estão lá os 4 pequenos e a Nuvem, a mãe da ninhada. Atenta e protectora para os defender na vida real.

Sexta-feira de Soltar a Corrente é sempre dia de chegar a casa esfomeada, sem jantar e com vontade de atirar uma sapatilha para um lado, a mala para o outro e aafundar-me no sofá , enrolando o sono com a manta. O pensamento faz-me cócegas e não consigo deixar-me ficar enrolada. O programa correu bem, acho que exagerámos na conversa, mas também eu e a Sónia se nos metemos no paleio aquilo dá...horas de gmail....palavra puxa palavra, marinha arrasta mar e comunicação social trás correio do vouga e estamos a adiar a gravação do spot quando já são quase onze da noite. Era suposto resolvermos isso ams esta mania de querer sempre mais, melhor e mais à frente adiou novamente o spot. Desta vez para a semana, na próxima sexta-feira eis-me de novo em missão radiofónica, agora para os lados da campanha às europeias, quem sabe a conversar com uma candidata. E o spot? bem o spot vou ter de me colar amanha ao telemóvel e conseguir um milagre. O pior é que se consegue e depois fazemos uma cosia em condições e depois queremos fazer mais e melhor e mais à frente e qualquer dia estou no Rock In Rio a ser assistente do pedro Carvalho e do padre Rui a dirigir o gabinete de imprensa com a Sónia Neves ao meu lado a coordenar o Marketing. Valha-nos S.Paulo, "ai de mim se não evangelizar".

Termino a semana mais louca, atrás da outra louca semana, consigo ler o I, às oito da noite, uma boa hora para saber do país e do mundo. Temo pelo Salvador ao ler o artigo do Zoom: " O cérebro é hereditário: o seu filho nasceu inteligente?" temo, mas logo sossego, que se lixe a inteligência, se ele for tão feliz como eu em vésperas de comemorar 30 anos já valeu ter vivido. Cansada, desgastada, encolhida e magra mas feliz. Satisfeita. E nada melhor do que não esquecer isto, para um dia aqui regressar, escrever sem sequer virgula e seguir sem pontuação rumo ao sábado que já começou. Nós europeus, palhacenses, felizes!

A precisar de Sardenha, gelados, saídas de praia e quatro braços de carinho.

Comentários

  1. Pelo menos és magra:) ... eu farto-me de trabalhar e de andar a correr e trago "umas coisas" aqui assim de lado... que não me largam ... fruto de 3 barriguinhas, claro está!!!

    Ps - take care:)

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  2. Isso é que foi uma semana, miga! Partilhei alguns momentos contigo e vi bem que a loucura te preenchia! Mas como todos somos um pouco ajudei essa "tua loucura" com a minha adrenalina de 27horas passadas no mar, com marinheiros, enjoos e aventuras à mistura!
    Bjinho
    Sónia

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