O prazer de multiplicar afectos

Fim-de-semana de aniversários arrasta sempre uma melaconcolia feliz nos entretantos.

Festejar a vida, ainda que o façamos todos os dias na primeira inspiração, é sempre motivo de especial celebração. Juntam-se os amigos, reúne-se a família e há sempre lembranças que não vindo embrulhadas em prendas se desembrulham das conversas que um aniversário suscita.

Uns entraram no circulo há menos tempo, mas nem por isso o sentimento de felicidade quando se repete a cantoria é menor. É muito bom estar ao lado de um irmão, quando ele comemora 30 anos de vida. Ainda por cima nascemos no mesmo ano, as nossas famílias aguardavam felizes por nós em 79. Como afinal temos tanto em comum em tão pouco tempo. Parabéns Jorge, que possas olhar para os anos vindouros com o optmismo e entrega com que tens enfrentado o presente.

Mais novo, o Pedrinho já soma 7. Uma idade em que até o presente mais simples e mais barato faz pular de alegria. Aqui a festa multiplica-se com o burburinho de crianças que já falam pelos cotovelos e que vão preferindo a tecnologia dos magalhães aos jogos de jardim. Alheio a tudo o mais novo da nossa família Prasc4 faz esta semana 2 meses. Retomo a perplexidade que me assalta nestes encontros: Quem nos viu e quem nos vê? Parece que ainda ontem era segunda-feira, a mãe da Tuxa estava à porta da escola primária da Palhaça, no intervalo da manhã, com a sandes de leitão e o compal de pessego, aconhegados na lancheira, e enquanto nós todas corríamos para as mochilas para o pão com manteiga com o leite chocolatado que a Maria José ia distribuindo, ela esperava a mãe na grade do portão.

Os anos têm passado e a amizade que nos une, desde a entrada de todas para a primária, multiplicou-se. Tem sido um verdadeiro prazer constatar que, pelo menos lá por casa, quem me persegue na história, sente que tem uma família alargada nesta roda que começámos há 24 anos. Venham mais cinco!