VOA BEM MAIS ALTO, LIVRE SEM ALFORGE...
Sábado assistimos ao espectáculo de fim de ano da Academia de Bailado Clássico de Aveiro. Mergulhar na escuridão de uma sala quando o dia lá fora convidava à esplanada e ao gelado, soava a desperdício. Estranhámos, mas depois acompanhámos, às tantas deixámo-nos levar e já estávamos embalados na ilha deserta com os "Náufragos" de Hanz Zimmer. Alegria plena para o Salvador quando as 5 panteras espalham no palco o tema do Henry Mancini, esse que lhe é já tão familiar e querido! Gostámos e aplaudimos as jovens bailarinas pelo profissionalismo e pela entrega ao espectáculo extra, pelo Jota. A Maria foi a ponte deste momento mas a todas um obrigada pela emoção e pelo gesto!
Sem pontas e de pés perdidos no meio do pó protagonizei a minha cena de filme no domingo à tarde. "Resgate de um papagaio" podia muito bem ser o título da cena que ontem me pôs a correr, como já nem me lembrava que conseguia, saltando muros e comendo a dose recomendada de pó para uma vida!!! Tudo porque os papagaios querem voar e se os prendemos e o vento sopra eles vão querer subir e subir cada vez mais alto, ao mais alto dos céus.
Os avós apareceram para lanchar (cheirou-lhes a bolo acabadinho de fazer, de certeza...) e com eles veio um papagaio louro que mais parecia uma borboleta. Com ele a emoção de o fazer voar. Lá fomos nós, terrenos fora, procurando vento e posição. Acertando com o estica encolhe do fio.
Com as indicações detalhadas do avô, a falta de calma da mãe e a ansiedade do Salvador o momento resultou caricato, para não variar sempre que se juntam três gerações Pereira!!!
Vê-lo voar foi A EMOÇÃO, contornando a casa, as árvores, quase se enfiando no telhado da vizinha, aterrando no jardim ou adormecendo à frente do quarto do Salvador. Onde ficou a passar a noite.
"Voa bem mais alto, / livre sem alforge/ Sem prata nem ouro,
Amando este mundo, / esta vida que é campo, /E esconde um tesouro!"
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