SWEET & SOULED NOVEMBER

Da Praça de S. Pedro, sem apóstolos, mas com vários pedros, terminámos o fim-de-semana em Monsanto, na Aldeia mais portuguesa de Portugal. Contra todas as previsões meteorológicas mantivemos o prometido e devido ao tempo que se foi mantendo aprazível, tivemos dois dias de belo passeio. Uma ventania aqui, uma morrinha quando estávamos abrigados, um almoço ao sol de outono e uma viagem sem sequer um pingo de chuva até à última paragem. O pior foi regressar...no domingo as notícias falavam de bombeiros sapadores sem mãos a medir e os telefonemas para casa preocupavam-se com o dilúvio. Nós sequinhos da vida apanhámos as primeiras chuvas já na A23, e o pior começou depois de avistarmos a Guarda. Aí sim tivemos os nossos 60m de chuva irritante do fim-de-semana.



Desta vez fomos 27, 6 crianças e um ser em vida intra-uterina, a lembrar que a família dos amigos não pára de crescer a cada encontro.

Fizemos a 1º paragem no Castelo do Sabugal, também conhecido como Castelo das Cinco Quinas. Reza a tradição que foi no largo deste castelo que se deu o famoso milagre das rosas tendo como protagonistas a Rainha Santa Isabel e o rei D. Dinis. Segundo a lenda portuguesa, a rainha saiu do Castelo do Sabugal numa manhã de Inverno para distribuir pães aos mais desfavorecidos. Surpreendida pelo soberano, que lhe inquiriu onde ia e o que levava no regaço, a rainha teria exclamado: São rosas, Senhor!. Desconfiado, D. Dinis inquirido: Rosas, no Inverno?. D. Isabel expôs então o conteúdo do regaço do seu vestido e nele haviam rosas, ao invés dos pães que ocultara.
Continuámos no concelho do Sabugal e seguimos com o apetite a abrir para a aldeia histórica erguida entre muralhas onde não devem viver mais de 600 pessoas. Em SORTELHA almoçámos na melhor sala de refeições que poderíamos ter improvisado: à entrada da aldeia, alinhámos as mesas de madeira e tivemos um almoço delicioso de todas as iguarias que um bom piquenique partilhado merece!
Ainda nesta aldeia em granito, com ruas e vielas tipicamente medievais, fechadas por um círculo de muralhas, vigiado por um sobranceiro castelo do século XIII, fomos caminhando pelas ruas e aproveitando o sol. Sortelha é uma povoação ornada com penedos e barrocos, onde as casas encostam e assentam. Esta disposição das casas, expostas ao sol, explica o cognome de "lagartixos" dado aos seus habitantes. Foi ao sol, entre o pelourinho e o café, que encontrámos duas velhas artesãs guardiãs da aldeia.
Já de fome saciada e de conversa alinhada fomos seguindo viagem, em direcção a PENAMACOR (o município está a festejar os seus 800 anos), onde algumas crianças dormiram o resto da sesta...e outros subiram ao vento dos montes. Por ali a encosta faz-se de oliveiras e de velhos que ainda apanham azeitonas e fazem azeite, quando toda a economia lhes diz que nada daquilo compensa!
Segundo uma das lendas o nome de Penamacor terá origem num célebre bandido, que aqui terá habitado, de nome Macôr. Segundo se escreve, este salteador vivia numa caverna a que davam o nome de Penha. Com o passar dos tempos, o nome adulterou-se e passou a chamar-se Pena, ficando assim a terra a ser conhecida por Penha de Macôr ou Pena Macôr.
Seguimos viagem agora rumo a IDANHA-A-NOVA (Vila sede de concelho, composto por 17 freguesias, é o segundo maior concelho do país, em termos geográficos), local onde "montámos o final do dia com JANTAR@DORMIDA.
Um jantar tão barulhento como delicioso juntou-nos numa grande ceia onde fizemos memória dos bons tempos, dos momentos que vamos partilhando e onde pais e filhos, amigos de sempre e de agora se vão cruzando com cada vez mais familiaridade. Bons momentos com uma nova receita: "carne amechada".
Já no trivial continuamos a perder a guerra, mas desta vez superando várias batalhas e sobretudo aprendendo, discutindo e divertindo-nos cada vez mais. No próximo jogo unimos forças e jogamos contra terceiros, tenho a certeza que juntos, homens e mulheres, faremos uma equipa imbatível.
No DOMINGO, depois de um passeio por Idanha-a-Velha, que se revelou uma agradável surpresa, encerrámos estes dois dias em MONSANTO, "a aldeia mais portuguesa de Portugal.
No topo dos cerca de 800m de altitude, Monsanto irrompe abruptamente na campina e lá em cima a vista é deslumbrante, mesmo sob um céu cinzento. Avistamos a planicíe imensa e sentimos vontade de voar, com a brisa que nos estremece de fria e forte. Tão perto do topo, tão próximos da simplicidade do que pode ser a felicidade. Beautiful day(s) como lembra a banda sonora deste post.
Nota: todas as referências turisticas e históricas foram retiradas da Wikipédia.

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