PRECISAVA DE 10M NESTA VARANDA

Ao aterrar no trabalho, hoje, fiquei cá com uma neura que ou muito me engano ou 12 dias vão passar num instante. Há janelas de oportunidades que vêm mesmo a calhar, sobretudo quando (quase) tudo combina tão pouco com a nossa forma de estar e ser. O desperdício - de tempo, talento e energia - nunca casou com a minha forma de estar. Quem não está bem muda-se ou aprende a viver com aquilo que não pode mudar e eu nesssa aprendizagem sou péssima, acho que há sempre mudança possível. Sou teimosa ou perseverante ou como diria alguém tenho sorte! (Whatever...a sorte faz-se, diariamente, com entregas gratuitas a projectos que se gostam verdadeiramente de fazer,a convites que não oferecem contrapartidas a não ser experiências e contactos, pessoas e lugares novos).

Ainda que se tenham de abandonar pessoas extraordinárias, com talentos subaproveitados, e outras com ideias e energia contagiantes. Acredito que os nossos caminhos se hão-de cruzar algures...

Serão eles, os resistentes, que podem fazer a diferença por ficarem a remar contra a corrente? Ou não e o marasmo prosseguirá, com os dias do costume?

Eu é que nesta fase, com tantas contrapartidas, não tenho paciência para pedras no caminho...

No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho/ tinha uma pedra

no meio do caminho tinha uma pedra. / Nunca me esquecerei desse acontecimento

/vida de minhas retinas tão fatigadas./Nunca me esquecerei que no meio do caminho

tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho / no meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade