Todos os dias lá em casa...

Ontem, quando me sentei já tarde no sofá, entre as revistas e os jornais com a televisão ligada, veio ter comigo uma pérola na novela da noite - "Esperança" de Mário Quintana. Já tinha ouvido falar deste poeta brasileiro, mas ouvir aquele poema, dito por aquela avó/actriz soou a momento mágico, daqueles que eu digo sempre ao Pedro, "Estás a ver, nada é por acaso? eu sabia..."

Fiz rewind ao nosso 2009. Esperança foi sem dúvida a palavra que nos levou a todo o lado onde fomos e a todos os projectos em que nos entregámos. A mesma que nos faz transformar cada dia em novidade.
ES-PE-RAN-ÇA.

Esperança, de Mário Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá (É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.Tudo sobre o autor e sua obra em "Biografias".

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