ESPERA E EXPECTATIVA

Espera,
o tempo deles unirem gargalhadas há-de chegar,
banheiras de espuma a dois,
com toalhas enroladas de aromas infantis.
Na espera,
pressinto demorar-me na roupa,
e na desarrumação em que tropeço hoje, propositadamente.
Arrumou os brinquedos "de bebé", na caixa de cartão, e veio-me dizer que iam todos para o quarto que será do irmão.
Deixei-o arrastar a caixa sozinho, despejar a primeira infância,
alinhando rocas, rucas e lunnies.
Mais tarde assisto, de longe, a mesma explicação dada ao pai.
Tem sido assim. Espera e expectativa desejam que continue,
para lá da montanha fronteira que agora os separa.
Na espera convivo com um corpo em mutação,
pressinto que até ele já se acomodou a estes dois,
um num ajuste interno de espaço, que vai diminuindo escolhas,
o outro atendendo rapidamente aos meus constantes pedidos.
Entre a espera e a expectiva,
hoje tive o primeiro sonho com um rosto de recém nascido,
estava coberto de sardas e trazia caracóis, escorregadios e escuros.
Antes de adormecer o parto nasceu no pensamento,
pensei nesse momento que reúne dois opostos num momento:
despedida e encontro.
Pressinto a expectativa, também internamente.

Comentários

  1. que linda barriga amiga... imagino a ansiedade de todos pela vinda do mais pequeno.
    nós por aqui vamos acompanhando essa magia e partilhando essa mesma curiosidade pelo rosto do sobrinho mais novo..
    beijocas aos 4

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