PORTUGAL, O MEDO DE EXISTIR

Confesso que ultimamente não deixo que os telejornais ocupem mais do que 2 minutos do meu dia , mas ontem, o "estado de sítio" relatado pelos directos dos vários canais e a entrevista com Noronha de Nascimento fizeram-me ficar mais do que 8 minutos atenta ao Jornal da Noite da SIC.
Brincava o meu pai, no meio da indiferença de alguns à volta da lareira e de dois que não descolavam a atenção da televisão, que parecia que estávamos perante um golpe de estado. A cereja em cima do bolo veio quando começaram os directos à porta da gráfica onde estava a a ser impresso o semanário e a risota geral, quando as lentes conseguem avistar a primeira página,O POLVO quase jurei que estava de em itália e que se estava a falar de Berlusconi ou de Hugo Chávez. Não, estava em portugal! Hoje, na entrada da peça, lê-se "Pode parecer ficção, mas o que ressalta das conversas telefónicas interceptadas no inquérito ‘Face Oculta’ é que um plano dominava a cabeça do primeiro-ministro e de um conjunto de homens da sua confiança ao longo de 2009: controlar a principal comunicação social do país".

Com tudo o que ouço, vejo, leio e vou pensando só me vem à cabeça uma frase batida, que por acaso é o título da melhor análise social que li nos últimos anos, sobre o nosso país, PORTUGAL, O MEDO DE EXISTIR (José Gil).
Ficção? desculpem lá...isto é pura sensação, mas de há longa data. Basta olhar com mais atenção aquilo que tem vindo a acontecer em inúmeros meios de comunicação social.