DE REGRESSO A COIMBRA, A REVISITAÇÃO

Quinta-feira foi dia de visita à Maternidade. Passados 4 anos regressamos ao um lugar onde vivemos um dos dias mais marcantes da nossa vida. Percorrer aquele trajecto, numa quinta-feira de Março, foi um rewind de memórias a flutuarem na troca de olhares.
Do percurso de 2006, motivado pela inundação que me atingiu (poderia ser de outra forma? se ele adora água até hoje?) recordo de forma especial os contrastes: entre os ritmos de uma manhã de semana normal para todos com quem nos cruzávamos e a expectativa bombástica e húmida que ia inundando o carro onde seguíamos; lá fora a chuva (de novo a água...), o cinzento, os sinais de trânsito, as esperas nas paragens dos autocarros e em viagem seguia a nossa pressa, a urgência de quem haveria de ganhar um coração a bater fora si dentro de horas.
Já na madrugada de 24 de Março, depois de um dia longo e intenso, depois de nos despedirmos a três, pela primeira vez na nossa vida, fui trespassada por um sentimento arrebatador: uma dor de felicidade que me achei não ter coração que aguentasse. A sensação de que a minha vida tinha multiplicado, de braços, de pernas e de que passei a ter um coração a bater fora de mim. Sentimento que permanece desde então até hoje.
Entre tudo o que já sabia, mas me dá confiança ouvir, a conversa das células estaminais e as novidades das pulseiras electrónicas quis sentar-me com com as expectativas das grávidas estreantes, e a sós, falar-lhes desses segundos que se transformam em eternidade quando nos cortam o cordão umbilical, queria preveni-las desse "enfarte" de felicidade que temo não aguentar de todo numa réplica desse momento!

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