HAPPY DAYS...

A convite do sol, com um filho fantástico e amigos QB, tive um fim-de-semana XXL. O mesmo que me comprometeu os 20% de energia que me faltaram nos dois primeiros dias da semana, já recuperados e prontos a render. O pai? com boa justificação de ausência teve Missão Formação.

FSM XXL

Na sexta regressei à adrenalina dos microfones da Terranova. Tivemos um daqueles programas 5 estrelas: boas convidadas, tema interessante e cantoria no regresso a casa. Falámos de escolhas, de orientação vocacional e de sonhos. Escolher percursos profissionais é conversa que dá "pano para mangas". Tenho a certeza que aqueles rostos, que se tornaram familiariares no âmbito da Pastoral Juvenil, continuarão em reencontros e acasos. Quem sabe das escolhas que fomos falando...

E a sexta não seria a mesma se não houvesse conversa de mulheres com filhos a dormir na sala. Ter amigos em várias cidades tem enormes vantagens e este fim-de-semana também o comprovou. Graças à Tuxa consegui jantar antes do programa e ter chá com pãezinhos quentes no regresso. Nada como o aconhego da amizade genuína que dispensa convites!

No sábado começou a nossa tournée a dois: primeiro numa manhã na renovada Qquinta do Benavente. Por uma má razão, mas de um optimismo contagiante, temos o melhor caseiro das redondezas e então já temos tulipas, jarros, árvores de fruto, em breve teremos cenouras , ervilhas e cebolas.... (já me estou a imaginar no quintal a apanhar a cebola para a salada de verão servida no terraço...)

Fruto dos tempos que correm, e imparável como o conhecemos, o avô Vitor tem passado os dias de sol no Benavente. À custa da sua enorme capacidade de planificação, dedicação e jeito para agricultura e jardinagem já temos lenha, terreno limpo, crustáceos no lago, alguns riachos, cascatas e pontes, árvores felizes a florir e uma bela de uma horta que em breve vai ganhar ruas com nomes. Lógico que no sábado tinha um Salvador com duas plantas para transplantar...lá andámos até à hora de almoço à caça de caracóis que precisavam de cantorias e árvores que tinham que passar as pontes.

Na Costa Nova fomos os mais pontuais e tivemos 30m a sós, numa esplanada invadida de brincadeira e saltos na areia. "E salta mãe, e salta mãe!!!" Pois, tive mesmo de andar aos pulos, sacudir sapatos e engolir alguns perdigotos de vento. Até o papagaio veio lesionado da praia. Resultado: no fim do almoço tínhamos toalhas coloridas, aviões na mochila e pela frente um Lance Amostrong nas ruas da Costa Nova a caminho das natas quentinhas. Não fossem os amigos e eu teria ficado rouca de tanto o chamar. Gostei particularmente de um delicado fato azul bebé que veio com uma cegonha...

O ciclista exausto só teve tempo de engolir um iogurte liquido depois de entrar no carro. Na rotunda, em direcção a Aveiro, já estava de camisola amarela no sono. Ainda passei no Qahal para receber um abraço à dupla formação e depois arrisquei procurar um vestido para um certo casamento este fim-de-semana. Se há grávida que se p(R)ese convém estar barriguda, mas LINDA! Ainda não decidi porque entendo que nada é por acaso e estes dias prometem desenlaces, até no embrulho.

O início de noite, já em casa, foi sereno. Descansámos e rimos os dois. Eu ganhei no sprint do sono nocturno. No Domingo, fizemos a ronda matinal pela quinta, e zarpámos rumo ao Porto. Em Serralves tínhamos encontro marcado com a madrinha. Servimos almoço ao sol e de novo aviões e bicicleta no programa. Mesmo que não dê para falarmos tudo o que queremos, com a calma com que gostamos, ou para estarmos descansadas ao menos durante um gelado, estes momentos são sempre reencontros bons e por isso tão bons. Como crescemos, como as nossas vidas ganharam pessoas, lugares, viagens, gente, ideias e experiências. Tudo que nos trouxe até hoje carrega tanta felicidade.

Uffa....até relatando fico ofegante! Foi mesmo um fim-de-semana XXL, entre mãe e filho, prazer que estou certa não dispensarei nunca. Feito que não é fácil, sobretudo se estivermos grávidas de quase 38 semanas, mas que garante uma sanidade mental e um equilibrio inigualáveis.

É muito bom estarmos todos, mas são dias como estes que se tornam profundamente relevantes no crescimento de ambos e como família (ando a adiar transcrever para aqui uma crónica recente do Daniel Sampaio na revista Pública, sobre a importância da infância na formação de adultos felizes e equilibrados. Faria todo o sentido neste momento).

Juntos, em viagem ou no mesmo local, sozinhos ou entre amigos, ficam imagens e expressões que marcam. Como aquela de nós, sentados na estação de serviço de Ovar, exaustos em cumplicidades acumuladas, recebo uma daquelas respostas que se colam às paredes da alma: "Gosto de passear contigo e com o pai e com o Sebastião, mas contigo sozinho parecemos namorados porque tu és maluca e também gostas de gelados de água porque comes o meu Calipo de morango."