O CARTEIRO E AS CARTAS QUE PODÍAMOS ESCREVER
A semana vai chegando ao fim e por aqui o tempo desliza como o vento lá fora, ora agitado, na emergência de fazer tudo, satisfazendo todos, ora vagaroso, deixando que os minutos das refeições do Sebastião se estendam para um sono a dois. Dias a duas velocidades. As mesmas que contrastam quando ligo a televisão cá em casa e desloco o olhar para o voo das borboletas perto do vidro. Elas dançam, num voo alheio à cortina de fumo que faz com que, por estes dias, toda a europa tenha o tráfego aéreo num caos por causa de um vulcão Islandês.
Por aqui "Tempo sem relógio" chegou-me de surpresa pelo correio. A última edição da Comtextos, uma revista do MCE que passei a assinar há meio ano. Textos bons, temas interessantes e grafismo a condizer. Gosto muito e gosto ainda mais pelo facto de me chegar assim, sem dia marcado. Às 4h00 da tarde, sempre que uma mota para perto da minha caixa do correio fico a imaginar surpresas com embrulhos, papéis, poemas e livros. Com direcções reasuradas a tinta permanente. Já escrevemos tantas cartas que as cores desbotaram nas caixas e nos quadros. Onde ficaram os envelopes que ainda aguardam destinatários? Histórias e novidades não faltam...E se voltássemos a escrever, a surpreender, a entrar de rompante no dia de quem não nos aguarda, mas conhece nossa letra?
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