SECRET PLACES | A FONTE

Perto do Benavente, atravessando campos de flores amarelas e outros à espera de cultivo, existe uma fonte. Recentemente, a Junta de Freguesia da Palhaça fez uma intervenção no local, se antes já éramos visitantes assíduos do lugar, pelo encanto destes espaços frescos envoltos em vegetação esquecidos por todos, agora teremos mais um destino para despistar um final de dia igual aos outros. Por ali a água corre fresquinha, bem perto há eucaliptos que não se conseguem abraçar, de tão grandes e grossos que são os seus troncos. Por ali também há mosquitos que farta e um caminho estreito onde uma bicicleta e um carro de bebé fazem todo o terreno para lá chegar. Por ali há sempre um silêncio de campo, calados tentamos ouvir o que se pressente da vila num fim de tarde. Ali ficamos a conversar sobre a aldeia que já tivemos.

Da nossa casa adivinha-se a fonte, sozinha e tranquila, enchendo tanques e sendo abrigo de pássaros e mosquitos. Ali já pouca roupa se lava, quase não se estendem tapetes e as colchas, que também não saem em dia de procissão, deixaram de conhecer os muros destes lugares. Qualquer dia, e porque explicar não é fácil e triplica perguntas, levo o velho carro de mão do avô, reúno alguns tapetes a precisar de água e sabão azul e vou à fonte da Leonor, "Descalça vai para a fonte. / Leonor pela verdura", explicar ao Salvador que, antigamente, as máquinas de lavar roupa estavam todas no mesmo sítio, eram movidas a força de braços entre as últimas novidades das terras, e não se programavam para funcionarem só à noite.

Comentários

  1. essa parte de serem programadas so á noite é fundamental... o progresso ate nisso se nota. bjs

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