"SEBASTECER"

Não, ainda não voa, mas para quem fez um mês no sábado, 1 de Maio, o carrinho do Sebastião já palmilhou areia e neve. Entre o Porto e Coimbra, também já fez a rodagem do carro que sem ser novo está aí para as curvas!
Com um mês de vida o mais novo cá de casa já nos pesa mais de 5 kilos. Onde quer que se estique, haja especial atenção, já que sua excelência agita os seus 57 cm como se tivesse 3 meses.
A fábrica de leite mamy continua a abastecer um comilão que, noite e dia, nos obriga a dez voltas à casa para garantir que foi bem digerido (só mesmo nestas alturas é que um arroto de um filho, bem notado e barulhento, nos faz sorrir e não morrer de vergonha!).
Ontem foi dia de visita ao pediatra, um dois em um adiado há algum tempo, uma visita e duas consultas. O Salvador contrariado e desabituado de consultas de médico, num pranto de lágrimas, passou o tempo de antena dele com banda sonora de choro, já com o Sebastião gozamos da calma que o desconhecimento e a idade ainda permitem. Para ambos os apontamentos, a paciência e o tira/veste roupa do costume. Separam-os 9 kilos, 39 centimetros e 4 anos, já eu voltei a ganhar uma tonelada de orgulho que tem alturas que não sei como carregar. Ser mãe destes dois, tem sido a melhor coisa que poderia desejar para estes dias de Maio, onde a contagem para os 31 é decrescente. Irmãos - reveste-me um ogulho tremendo e sorrio revendo o filme dos nascimentos de ambos, sempre que chamo à minha presença esta palavra - irmãos.
Ele não voa, mas eu sinto-me com asas desde que sou mãe, qual sininho, sempre cheia de magia e poderes, se ao menos minha varinha também funcionasse com eles, os de olhar vazio que me entraram na retina no final da consulta na sala de espera do pediatra.
Na sala partilhada com outras especialidades, a psicologia e psiquiatria vencem a pediatria. Ao final da tarde, há sobretudo pessoas cansadas por detrás das revistas que parecem folhear sem ler. Naquela sala, os nossos filhos representam a minoria para a pediatria e parecem uma ilha de sanidade e ternura, uma redoma a cores. Quando saímos volto a olhar para aqueles rostos, penso nos contrastes com os meninos, eles tão cheios de futuro, de energia, livres do peso das perguntas e das preocupações que se sente naqueles olhares de infinito.

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